O positivismo na atuação integrada governo e sociedade

O positivismo na atuação integrada governo e sociedade

24/05/2009

Apesar de nem sempre concordarmos com posições políticas ou administrativas eventualmente perpetradas por equipes governamentais que sazonalmente ocupam os maiores cargos ou posições no Executivo, Legislativo ou Judiciário acreditamos que somente o respeito, a cooperação e valores morais e éticos poderão oportunizar uma convivência pacífica e redentora entre as forças constitutivas da sociedade.
O respeito deve ser o sentido do valor de uma pessoa ou de uma atitude que se manifesta com base na ética da reciprocidade, de vez que as ações recíprocas são importantes para a psicologia social visto que ajudam a explicar a necessidade da manutenção de normas sociais.Saliente-se que economistas comportamentais também têm demonstrado que o potencial para ações recíprocas por partes interessadas em incrementar a taxa de contribuição ao bem público caracteriza evidência para a importância da reciprocidade em situações sociais desejáveis.
A família, instituições militares e religiosas têm sólidos ditames relativamente à respeitabilidade. Até mesmo nas organizações criminosas os subordinados são obrigados a mostrar respeito por seus chefes.
Existem muitos casos em que o “desrespeito” levou a assassinatos e outras demonstrações de violência.Assim sendo, por que a condução de assuntos de interesse do governo e das organizações da sociedade civil não poderá ter como fundamento um ideal de uma consistente cultura do respeito recíproco? Pode sim, mas também a prática de uma atitude crítica construtiva pois, segundo Immanuel Kant, “só a crítica pode cortar pela raiz o materialismo, o fatalismo, o ateísmo, a incredulidade dos espíritos fortes, o fanatismo e a superstição, que se podem tornar nocivos a todos...”.
O mesmo autor, ao desenvolver escritos sobre a filosofia moral, em uma das formas de seu imperativo categórico, aconselhou: “Age por forma a que uses a humanidade, quer na tua pessoa como na de qualquer outra, sempre ao mesmo tempo como fim, nunca meramente como meio”.
A Associação de Resgate e Cidadania-ARC aposta firmemente na solidariedade, pois é uma entidade formada por membros que acreditam que todos devem de alguma maneira ou outra contribuir para um mundo melhor. Sabemos, também, que tudo se inicia na formação e educação das pessoas.
Portanto, queremos dar oportunidade àquelas que não as têm, com a preocupação maior de ensiná-las a serem o sujeito da sua própria história. Como sujeito, faz-se necessário aprender, saber para viver, e este complexo objetivo só poderá ser atingido com esforços conjuntos entre os diversos níveis de governo e as instituições que representam os setores menos favorecidos da sociedade.Felizmente, apenas poucos ainda ignoram os meritórios ideais de nossa associação, já a maioria das autoridades e pessoas sensatas sabe de nossa unidade sólida, capaz de resistir às forças exteriores e, mesmo, de nos tornarmos ainda mais firmes em face de oposição vinda de fora.
Nosso relacionamento com o poder público precisa não de uma solidariedade apenas mecânica, característica da fase primitiva da organização social, mas uma verdadeira solidariedade orgânica, baseada na complementação de partes diversificadas. O encontro de interesses complementares cria um laço social novo, ou seja, um outro tipo de princípio de solidariedade, com moral própria, e que dá origem a uma nova organização social. Sendo seu fundamento a diversidade, esse tipo de solidariedade implica uma maior autonomia, com uma consciência individual muito mais livre.
Durkheim, sociólogo francês positivista, assinalou que “... o indivíduo submete-se à sociedade e na submissão está a condição para que se libere. Liberar-se, para o homem, é tornar-se independente das forças físicas, cegas, ininteligentes”. Dentro desse quadro, acreditamos firmemente que, para tal, torna-se necessária a oposição a essas forças negativas através de uma forma de agir com grande potencial integrador que, para nós, constitui-se na criação, manutenção e desenvolvimento de organizações sociais fortemente voltadas para a obtenção de condições para o exercício da cidadania plena por parte das pessoas.
O nosso ideário, inclusive demonstrado no importante evento, na Assembléia Legislativa, de lançamento do informativo Resgate da Cidadania, bem como na linha editorial constante em seus artigos, é acreditar em um mundo melhor e agir para que todos os espaços de convivência, mesmo os pequenos, sejam mais agradáveis e produtivos.
Relacionarmo-nos com respeito a todas as pessoas, independentemente de sua situação política ou social, é o primeiro passo.
Dentre os valores em que a nossa equipe acredita e segue, no dia a dia, estão o respeito às diferenças; a preocupação com o bem-estar coletivo e individual; e a busca da conscientização geral de que cada ser humano deve servir aos demais em prol de uma sociedade mais justa, orientada para um dos maiores pilares sobre o qual se sustenta a Democracia: a igualdade de oportunidades. Esse é o nosso desejo, esse é o nosso destino.


Antonio Alencar Filho é administrador, presidente da Associação de Resgate e Cidadania do Estado de Goiás e escreve aos domingos

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