A arca de Noé e a política

A sociedade é composta de camadas sociais, sendo oriundas e estratificadas pelos padrões econômicos, divididas em classes denominadas pelos sociólogos e institutos de estatísticas e pesquisas, como alta, média, baixa, e até paupérrima. As pessoas pertencentes à grande massa sem poder aquisitivo, enquadradas na classe menos favorecida, mesmo com os programas sociais existentes, não conseguem sair do status de subserviência a uma classe política que é refém de grupos econômicos sem pátria nem governo.

Nesta linha, lembro-me de uma historinha contada pelos nossos velhos tios sobre a Arca de Noé, contida nos escritos da Bíblia, capítulos 6 a 9 do livro do Gênesis, cujo início dá-se com Deus observando o mau comportamento da humanidade e decidindo-se a inundar a terra e nela destruir toda a vida, encontrando Deus no entanto um bom homem, Noé, “um virtuoso homem, inocente entre o povo de seu tempo”. Naquela época, a Arca contava com suas divisões em três pavimentos, sendo os refugos armazenados no mais baixo, seres humanos e animais considerados limpos sobre o segundo, e os pássaros e animais chamados impuros no topo. No texto bíblico, o que me chamou a atenção após o dilúvio prometido foram dois de seus tripulantes no grupo de animais, o corvo e a pomba, pássaros utilizados por Noé na busca de sinais de existência de terra firme. O que aconteceu? O corvo não voltou e a pomba retornou com uma folha vegetal presa no seu bico.

Se observarmos essa pequena passagem referente a Noé, poderemos concluir que no seio dos atuais politiqueiros de plantão, encontraremos os corvos, aqueles que agem em benefício próprio, sem quaisquer escrúpulos, impuros também, constituindo-se em refugos incrustados no seu permanente egoísmo, sequiosos que são de seus desejos individualistas. A pomba, ao contrário, já representa os homens e mulheres de bom coração, que assimilaram o aprendizado bíblico na divisão do bem de forma coletiva, como é o caso dos políticos exemplares que se ocupam, por exemplo, com programas governamentais sérios de distribuição de renda aos menos favorecidos. Devemos lembrar que, há pouco mais de 2000 anos, nasceu também um outro homem virtuoso, inocente entre o povo de seu tempo, chamado “Jesus”, que teve como missão transmitir e cumprir a mensagem de Deus na interpretação e no ensino do amor. Assim sendo, como líder de um movimento que busca a justiça e o bem-estar social para todos que deles necessitem, almejamos e queremos acreditar que podemos e estamos efetivamente colaborando para a estruturação de um mundo melhor, em que políticos e alguns grupos econômicos sem pátria e governos descompromissados deixarão de existir para dar lugar apenas a uma classe sem divisões entre ricos e pobres, baseada na constelação do direito e no respeito à vida, movidos pelo amor, força maior do princípio elementar de Deus.

Ao finalizar, sugiro a todos que têm consciência com sua responsabilidade com o aperfeiçoamento da sociedade, que se inspirem numa frase de Abraham Lincoln que nos adverte: “Pecar pelo silêncio, quando se deveria protestar, transforma homens em covardes”.


Antonio Alencar Filho é administrador, presidente da Associação de Resgate e Cidadania do Estado de Goiás e escreve aos domingos

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